O filme começa com a frase: "Abra Seus Olhos", numa menção óbvia a um despertar. A questão é se tal despertar é figurativo ou não. Ao longo do filme, percebemos que não, o despertar de fato é da matéria vigente no consciente e na realidade em redor. Não se trata apenas de acordar após um dia de sono, trata-se de acordar para o que está além do mundo visível, para o entendimento que se encontra além do óbvio e de todas as falsas convenções que povoam nossas vidas sociais. Abrir o olhos é reconhecer que sua realidade não passa de um sonho, pertinente o bastante para fazê-lo esquecer de que se está sonhando. Vimos algo parecido em A Origem. E assim como nesta nossa realidade, há sonhos dentro de sonhos. Vemos isso quando David acorda para mais um dia de trabalho, liga o motor de seu Mustang e dirige por uma cidade vazia, sem nenhuma alma viva à vista. Ele desce do carro e corre desesperado, tentando encontrar alguém. Mas naquele momento, naquele instante, só existe ele no mundo. Este é o sonho dentro do sonho...
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